
A estranheza provocada pelo grande número de esculturas eróticas nos cemitérios sempre intrigou os estudiosos do tema, pois nada parece mais distante do prazer que a morte. O que foge à compreensão do observador distraído é que os espaços cemiteriais não foram criados unicamente para os mortos, mas também para os que ali enterraram os despojos daqueles a quem amavam, e estes devem ser considerados com muito maior meticulosidade.
A morte é algo inevitável, e o único antídoto contra a angústia provocada pela sua inexorabilidade é a vida. Concentrar-se em viver intensamente provoca alivio diante da dor provocada pela ciência de que se vai morrer um dia. O erotismo surge aqui como uma válvula de escape, uma fuga da morte, através da perpetuação da vida.
