Turismo Cemiterial
Visite um cemitério. A morte faz parte da vida.
segunda-feira, 27 de julho de 2009
A sensualidade e o erotismo no Cemitério
A estranheza provocada pelo grande número de esculturas eróticas nos cemitérios sempre intrigou os estudiosos do tema, pois nada parece mais distante do prazer que a morte. O que foge à compreensão do observador distraído é que os espaços cemiteriais não foram criados unicamente para os mortos, mas também para os que ali enterraram os despojos daqueles a quem amavam, e estes devem ser considerados com muito maior meticulosidade.
A morte é algo inevitável, e o único antídoto contra a angústia provocada pela sua inexorabilidade é a vida. Concentrar-se em viver intensamente provoca alivio diante da dor provocada pela ciência de que se vai morrer um dia. O erotismo surge aqui como uma válvula de escape, uma fuga da morte, através da perpetuação da vida.
Uma das mais belas histórias de amor já vividas
Visitar Cemitérios é vagar pelo mistério da vida, enfrentar nossa limitada condição e admitir o horizonte do nosso fim, mas é também enaltecer nossa enorme capacidade de amar além da morte, e apesar dela.
Estes dois túmulos, considerados o exemplo mais belo da arte gótica, feitos em calcário, pertencem a Dom Pedro (ao lado) , um príncipe português, e sua amada Dona Inez (abaixo), morta enquanto ele estava fora do país. Foram sepultados juntos, e por recomendação dele, um diante do outro, e não lado a lado como é mais comum. O objetivo é que na ocasião do juízo final, ao serem ressuscitados segundo a crença de ambos, ela seja a primeira coisa que ele verá, e vice-versa. Uma belíssima história de amor, que nem a morte conseguiu finalizar. A construção se situa entre 1358 e 1367, e pode ser visitada no Monastério de Alcobaça, em Portugal.
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