O legista e diretor da busca dos restos mortais de Miguel de Cervantes, 
Francisco Etxebarria, confirmou que "é possível 
considerar que entre os fragmentos" encontrados na cripta da Igreja das 
Trinitárias, em Madri, "encontram-se alguns" pertencentes ao escritor, 
sem "divergências".
 
 Segundo pesquisadores, na busca surgiram 
restos muito decompostos associados ao escritor de Dom Quixote, sua 
esposa (Catalina) e às primeiras pessoas enterradas na igreja primitiva,
 que estava localizada em um ponto diferente do atual.
 
 Os 
corpos foram enterrados entre 1612 e 1630 na igreja primitiva das 
Trinitárias, localizada ao contrário do que se pensava até agora em um 
lugar diferente do atual. Entre 1698 e 1730, os restos mortais foram 
transportados da antiga igreja. 
A localização dos restos mortais de Cervantes não era um mistério 
absoluto. Havia registros de que ele tinha sido enterrado no convento. 
No entanto, desde a morte do escritor, em 1616, o prédio fora 
reconstruído e não se sabia se a ossada havia sido removida do local.
Por
 isso, o time de 30 pesquisadores precisou usar câmeras infravermelhas, 
scanners 3D e mesmo um radar especial para tentar localizar os restos de
 Cervantes. Em janeiro, toparam com a tampa de um caixão com as iniciais
 "MC" num grupo de 33 câmaras mortuárias.
 Numa entrevista coletiva, o perito Luis Avial disse que Cervantes terá 
um novo funeral com honras de estado, também no Convento das 
Trinitárias, e ganhará uma nova sepultura.
Segundo planos do convento e da prefeitura de Madri, que financiou as 
operações de localização dos restos do autor de olho no potencial 
interesse turístico da descoberta, a cripta em que Cervantes foi 
enterrado será aberta ao público no ano que vem para coincidir com o 
400º aniversário da morte do escritor.
Fonte: BBC Brasil  



