Aparentemente não há aqui nenhuma construção, apenas jardins e muros. E, no entanto, é neste local que se localiza a morgue da cidade de León, um edifício que ocupa uma área extensa mas que tem a particularidade de se encontrar enterrado no solo. Não possui por esse motivo fachadas viradas à rua e o elemento com maior visibilidade é o lago artificial que lhe serve de cobertura mas que se confunde com a paisagem. Clarabóias em betão emergem do solo juntamente com uma rampa também em betão por onde se faz a entrada. Tudo é discrição e sobriedade neste espantoso edifício funerário.
Os seus autores, Jordi Badia e Josep Val (BAAS Arquitectos) projectaram-no deste modo dissimulado junto de uma área residencial e enterrado no solo, fazendo referência aos ancestrais rituais de enterramento. O interior do edifício, todo em betão com aplicações de madeira, como se fosse ele mesmo um túmulo, é iluminado exclusivamente por pequenos pátios e clarabóias e dali apenas se pode ver o céu. A sobriedade e o despojamento do conjunto convida à reflexão e ao silêncio.
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