Todos esses anos em contato com temas cemiteriais, invariavelmente estamos tratando ao mesmo tempo da questão intrínseca da morte, e só é possível avaliar os sentimentos envolvidos com a perda quando envolve alguém a quem estamos ligados. Existem muitos estudos pertinentes nas mais diversas áreas, e em todos eles é comum se encontrar alguns pontos de interseção que não podem ser ignorados. Um deles é que o luto possui diversas fases, e é essencial se passar por todas elas para que a dor encontre repouso.
Quando se trata do luto não é possível pular etapas. E um dos maiores erros de quem tenta ajudar um enlutado é aconselhar que se esqueça do que houve, que tente se distrair com outras coisas, ou tentar minimizar a perda, por mais bem intencionados que sejam essas intenções. Viver o luto, sentir a dor até que ela se esgote, é a única forma de sobreviver a algo tão inexorável quanto a morte.
O vazio imenso deixado pela partida daqueles que amamos parece um abismo sem fim, mas se pensarmos na honra de ter convivido, forma-se uma ponte por onde transborda o amor que não pode ser interrompido nem mesmo pela morte.
Obrigada Flor, por ter existido. Sempre vou amá-la.
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