Turismo Cemiterial


Cemitérios são lugares fascinantes, cheios de curiosidades, símbolos, obras de arte e mistérios. O lugar escolhido para o repouso eterno de entes queridos pode ser também uma ilha de silêncio e paz, onde se pode repensar a vida, e caminhar por dentro de si mesmo. A arte cemiterial possui peculiaridades que convidam a uma análise minuciosa, desprovida de preconceitos.
Visite um cemitério. A morte faz parte da vida.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Sindrome de Cotard


A síndrome de Jules Cotard ou delírio niilista é uma rara desordem no qual a pessoa tem a crença de que já está morta, que não existe, que está apodrecendo e perdeu os órgãos internos. Alguns doentes inclusive chegam a perceber o cheiro de sua carne em putrefação ou sentem como os vermes os estão devorando.

Um caso famoso da síndrome Cotard descreve uma mulher que estava tão convencida de sua morte que fazia questão de vestir um sudário e dormia num caixão. Pediu para ser enterrada e como seus familiares se negaram, permaneceu em seu caixão até que faleceu algumas semanas depois. Há outro caso de um homem que depois de um grave acidente pensou que já estava morto, e quando o transladaram a sua cidade natal, na África, pensou que estavam levando-o para o inferno, pelo calor que ali fazia.

A doença se caracteriza por forte depressão, e é agravada pelo medo da morte, o que leva o paciente a vivenciá-la, talvez pelo pavor que a  mesma lhe cause.




Em 28 de junho de 1880, em sessão da Société Médico-psychologique de Paris, Cotard apresentou o caso de uma mulher de 43 anos que acreditava que “não tinha cérebro, nervos, seios ou entranhas, que era somente pele e osso e que nem Deus e o diabo existem”. Dizia não necessitar de alimentos porque “era eterna e viveria para sempre”. Havia pedido para ser queimada viva e fizera várias tentativas de suicídio.

Cotard tinha consciência de que casos parecidos haviam sido descritos por vários psiquiatras, dentre eles Jean-Étienne Dominique Esquirol (1772-1840). O diagnóstico que Cotard fez da sua paciente é de que ela apresentava o que então era conhecido por lipemania (categoria proposta por Esquirol para definir um episódio de depressão psicótica). Cotard admitia que o delírio hipocondríaco resultava de “uma interpretação da sensação patológica geralmente presente em pacientes com melancolia ansiosa”. Ele sugeriu ainda que uma forma similar de delírio deve ter contribuído para propagar a crença na chamada demoniomania.

Cotard estava convencido de que havia encontrado um novo tipo de lipemania, cujas principais características seriam melancolia ansiosa, idéias de danação ou possessão, comportamento suicida, insensibilidade para a dor, delírios de imortalidade e de não-existência envolvendo a pessoa como um todo ou partes do corpo. 


 


A mente – por mais complexa e poderosa que seja – é apenas um produto do cérebro. Essa é uma afirmativa que permeia todo o conhecimento científico contemporâneo e foi expressa pela primeira vez por Charles Darwin (1809-1882), em meados do século XIX. Se não pudemos ainda desvendar a assombrosa complexidade dos neurônios, o que dizer dos processos que levam a falhas de comunicação entre eles? Ainda não sabemos com precisão tudo o que resulta dessas incorreções, mas nada nos impede de admirar sua grandiosidade. O espanto nos domina quando ouvimos o paciente com a síndrome de Cotard falar dos seus delírios de imortalidade. Talvez porque, no fundo, tenhamos uma ponta de inveja dissimulada. Quantos de nós, ainda hoje, como Fausto, o personagem criado pelo escritor Johann Wolfgang von Goethe, não selaríamos de bom grado um pacto com o diabo, em troca da vida eterna?


Fonte: Revista Mente e Cérebro edição 186 - Julho 2008
http://www2.uol.com.br/vivermente/reportagens/o_pacto_com_o__diabo_e_a_vida_eterna_imprimir.html
 




sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Túmulo de Nietzsche ameaçado

Nem após a morte o filósofo alemão Friedrich Nietzsche (1844-1900) consegue sossego.





O túmulo do autor de Assim falou Zaratustra está ameaçado por um empreendimento de mineração que pode tirar do mapa a localidade de Roecken, onde descansa há 110 anos, nos confins da Saxônia, na antiga Alemanha Oriental.

O grande projeto de minas de carvão a céu aberto da Mibrag é destinado a alimentar usinas na Alemanha, em substituição à energia nuclear.

Enterrado aos pés de uma igreja medieval, Nietzsche é o principal orgulho - e apelo turístico - da região.
O túmulo, orgulho dos habitantes de Roecken,  se encontra ameaçado por um projeto de mineração que pode tirar do mapa esta localidade nos confins da Saxônia, na antiga Alemanha Oriental. O autor de "Assim falou Zaratustra" descansa perto de seus entes queridos sob uma lápide de granito e mármore rosa, aos pés de uma igreja da Idade Média.
Só que a região agora é objeto de um grande projeto de minas a céu aberto destinado a alimentar as centrais na Alemanha, um país que deu as costas à energia nuclear. Os resultados do estudo que se realiza atualmente sobre o subsolo determinarão a viabilidade das intenções da mineradora Mibrag e, portanto, o futuro dos habitantes da localidade. Entretanto, Roecken se apóia em seu filho predileto. "Nietzsche é nosso único trunfo", afirma Dorothee Berthold, diretora da associação criada para tentar vencer a Mibrag, uma empresa controlada por investidores americanos. A mineradora pede calma, alegando que ainda não existe nada decidido e que "o horizonte eventual" de seu projeto é 2025."Ainda podem acontecer muitas coisas até lá", garante.
O túmulo do filósofo, no entanto, atrai a cada ano apenas 1.500 visitantes, que aproveitam a viagem para visitar um pequeno museu ao lado da igreja e observar a casa na qual viveu até os cinco anos.


http://www1.folha.uol.com.br/folha/dinheiro/ult91u388231.shtml

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Na hora da nossa morte, amém

A Dra. Louisa Rhine, pesquisadora do laboratório de parapsicologia da universidade de Duke, estudou vários casos de relógios que pararam de funcionar no momento da morte do seu proprietário. Num desses casos, um morador do Canadá relatou à Dra. Rhine o que ocorreu em sua família por ocasião da morte do irmão de sua cunhada. Quando o doente terminal morreu, às 6:24h, ele telefonou para a família e para o médico, e em seguida preparou algo para que os visitantes pudessem comer. Além disso, era necessário ficar observando o relógio, porque a agência funerária chegaria às 9:30h. Durante o café, um dos visitantes perguntou as horas, a cunhada do depoente consultou um relógio de bolso que lhe foi dado pelo seu irmão falecido; ao ver as horas, ela teve uma terrível surpresa: o relógio marcava também exatamente a hora e os minutos em que seu irmão morrera.
Para ter certeza de que aquilo não era uma estranha coincidência, ela pediu ao seu outro irmão que desse corda, para saber se ele parara por falta desta. O relógio ainda tinha três quartos de corda.
Fonte: http://curiosidadesonline.wordpress.com/2009/02/19/a-hora-da-morte/

domingo, 3 de janeiro de 2010

FUNERAIS CÓSMICOS



O competitivo mercado norte-americano de funerais tem duas incríveis novidades. Por cerca de 28 mil contos, a Celstis Inc. - um empresa com créditos firmados em experiências do género, que já colocou em órbita as cinzas do autor da série "O Caminho das Estrelas" (Gene Roddenberry) - promete espalhar na Lua as cinzas dos seus clientes. A data da primeira viagem ainda não foi divulgada, no entanto, já há 200 pessoas em lista de espera.

Outra opção a considerar é passar a eternidade ao lado de uma estrela de cinema. O Hollywood Memorial Park já abriu as suas portas ao comum dos mortais, desde que os interessados possam pagar o privilégio de depositar o esqueleto ao lado de uma ossada famosa. Os preços variam entre cerca de 22000 e 330000 dólares, conforme o grau de celebridade do defunto desejado. Os palmos de terra que rodeiam a campa de Rodolfo Valentino são os mais disputados.

Fonte: http://www.freipedro.pt/tb/010600/opin1.htm